sexta-feira, 30 de maio de 2008

Hugo Kaufmann & Cia

A assunto do momento é a demolição da antiga unidade fabril da Cacau Industrial e Comercial S/A, no centro da cidade. Alguns são contra por convicção, outros por conveniência, porém, uma grande maioria tem se declarado a favor do ato.
Se olharmos pelo aspecto histórico, com certeza a fábrica não deveria ter sido demolida, mas, considerando que os proprietários - herdeiros de Hugo Kaufmann, jamais demonstraram interesse em fazer qualquer investimento no local, nem mesmo vender o imóvel, com certeza esta foi a única maneira de solucionar o problema. Se não tivesse sido feito, com certeza o meu neto (que tem 5 anos) quando chegasse a minha idade (52) ainda veria as ruínas.
Para quem gosta de história aí vão dois trecho de publicações referente ao empreendimento pioneiro dos Kaufmann com algumas fotos da fábrica em funcionamento no ano de 1942.

"O processo de industrialização do cacau nos países produtores teve início em 1927 quando o pioneiro Hugo Kaufmann montou a primeira usina de beneficiamento de cacau de Ilhéus - a Usina Vitória. Daquela data em diante outras indústrias instalaram-se na Bahia, mas o Brasil continua sendo o único país produtor de cacau que industrializa o produto, embora não o faça integralmente. Os demais, africanos e americanos, limitam-se a vender o produto primário, sob a forma de bagas". (Guia Turístico do Cacau, Ed. Panorama, 1964, p. 79)





"Em 1927, com o aparecimento em Ilhéus da Usina Vitória, montada por Hugo Kaufmann, iniciou-se o processo de industrialização do cacau nos países produtores.
Em 1925 o pioneiro Hugo Kaufmann fez uma aliança com Manoel Misael da Silva Tavares dando origem à firma Kaufmann & Tavares que foi desfeita em 1942, passando a girar com a antiga razão social, Hugo Kaufmann & Cia. No ano seguinte, foi transformada em Cacau Industrial e Comercial S.A.
Hugo Kaufmann morreu no dia 30 de abril de 1948 passando a empresa a ser dirigida pelos seus herdeiros o que vem acontecendo até os dias atuais.
Em 1957 a Cacau Industrial e Comercial S.A. inaugurou em Itabuna a Usina Helvética, uma das fábricas mais modernas de subprodutos do cacau". (Estórias da História de Ilhéus, Edições SBS, 1970, p. 234)




Esses trechos das publicações citadas traduzem a grandeza do império construído pelo pioneiro Hugo Kaufmann, na industrialização do cacau, que terminou com a venda da Berkau, indústria construída por seu fiho Bernardo, no Iguape.
Há quase trinta anos a Usina Vitoria foi desativada e de lá para cá, nenhum investimento foi feito no local, nem mesmo vigilância existia.
Muitas são as opiniões sobre a demolição da antiga indústria, uns contra, alegando a história, outros por serem contra o governo, enfim, cada um tem o direito de pensar e opinar como bem entender.
Nessas fotos, do ano de 1942, pode-se notar a grandeza do empreendimento realizado. Como curioso da história de Ilhéus, lamento o fato de que a família Kaufmann ter se tornado inacessível a qualquer entendimento. Ninguém pode dizer que o procedimento foi arbitrário. Foi feito com base legal, através de uma decisão judicial e na justiça os proprietários da área não aproveitaram o direito do contraditório. Não foi por falta de aviso, inclusive público, após a recusa de assinatura das notificações. Daqui para a frente a história passará a limpo o fato.
É difícil a identificação das pessoas nas fotografias, porém, como o Diretor Industrial era o Sr. Josef Kaufman, muito provavelmente é ele quem está entre o maquinário e os funcionários.

domingo, 25 de maio de 2008

Cacau Industrial e Comercial

No dia 24 de maio, sábado, funcionários pintavam a fachada do prédio da antiga unidade fabril da Cacau Industrial e Comercial Ltda., conhecida como Kaufmann, fundada pelo patricarca Hugo, na primeira metada do Século XX.




Com base no despacho do Juiz Dr. Júlio Gonçalves da Silva Júnior, a Prefeitura de Ilhéus iniciou no dia de hoje, 25, a demolição da velha fábrica.















Fotos sequenciadas da demolição de parte do telhado (no fundo da fábrica), arrastada pela Michigan.







terça-feira, 20 de maio de 2008

Acidente na Ponte

Ocorreu agora à tarde um acidente na obra de recuperação da ponte Lomanto Júnior: um andaime com oito operários despencou. Segundo informações dois deles estão hospitalizados.
Assim que for possível forneceremos maiores informações.

sábado, 17 de maio de 2008

A Anarquista... junto de Deus!


Faleceu hoje, às 16:30 horas, a escritora Zélia Gattai Amado. Foi se encontrar com o seu Jorge.

Tive o privilégio de conversar com ela sobre fotografia (ela era uma excelente fotógrafa) na casa de Sá Barretto, antes de Ilhéus redescobrir e fazer as pazes com os Amados. Juntamente com Calazans Neto e Auta Rosa, eles aqui estiveram várias vezes, no anonimato.

Através desta foto, registrada na varanda da casa de Sabá, no dia 27 de junho de 1997, rendo minha homenagem à uma grande mulher.
Neste dia, Zélia se distraiu o Jorge fez um prato caprichado. Não chegou a dar uma garfada sequer. Ela chegou de mansinho dizendo: "Meu filho, lembre o que Dr. Jadelson falou. Você não pode comer tudo isso!"

Bagres, macacos e guaiamuns

Por Daniel Thame

A demissão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, traz de volta uma discussão batida e sem sentido, mas que rende muita polêmica.
Para alguns analistas e para a esmagadora maioria dos ambientalistas, a defenestração de Marina significa que entre a ecologia e a economia, o presidente Lula ficou com a economia.
Nos últimos meses, Lula vinha se queixando de que o Ibama atrapalha o andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, menina dos olhos do governo, por conta do rigor na concessão de licenças ambientais. No caso da construção de uma hidrelétrica no Rio Madeira, Lula chegou a ironizar, dizendo que tinha mais gente preocupada com os bagres do que com o desenvolvimento da Região Norte do país.
Marina Silva vestiu a carapuça, as escaramuças aumentaram e o pedido de demissão, em caráter irrevogável, pode ter sido uma surpresa pela forma como ocorreu, mas era algo absolutamente previsível.
A frágil Marina (fisicamente, bem entendido) é um ícone do movimento ambientalista e inarredável em suas convicções. Sua saída no Ministério do Meio Ambiente teve grande repercussão, visto que aos olhos do mundo, o Brasil precisa preservar suas reservas naturais, especialmente a floresta amazônica, espécie de pulmão de um planeta devastado.
O embate ecologia x economia, entretanto, é despropositado e muitas vezes leva a exageros, quando não a verdadeiras aberrações.
O Sul da Bahia tem dois exemplos claros dessa batalha sem sentido.
Em Canavieiras foi criada, à revelia da população, uma Reserva Extrativista que, se levada ao pé da letra, praticamente inviabiliza a atividade econômica da cidade. A Resex é alvo de protestos contínuos, porque compromete o turismo e a carcinicultura (criação de camarões em cativeiro), justamente os setores que mais geram empregos num município que já não pode contar com as riquezas geradas no passado pelo cacau. A insensibilidade do Ibama é tamanha que, recentemente, fiscais queimaram equipamentos de trabalho de um simples pescador, afetando a sobrevivência de sua família.
Em Ilhéus, o anuncio da construção de um complexo portuário, que terá investimentos superiores a 4 bilhões de reais e vai gerar cerca de 10 mil empregos, já que inclui também ferrovia e um pólo industrial, gerou tamanha reação de ambientalistas que, aos mais desavisados, tem se a impressão de que vem aí o apocalipse. Muitos desses ambientalistas, é bom que se diga, vivem nababescamente, abastecidos por gordas verbas federais e de ONGs do Exterior. Podem se preocupar com meio metro de praia, dois ou três macaquinhos e meia dúzia de guaiamuns, enquanto milhares de pais de família sofrem com o desemprego.
Ninguém, em sã consciência, é contra a destruição da natureza, a devastação predadora. Até porque, agredir a natureza é ferir de morte o planeta. O que se deve evitar é o radicalismo, como se não fosse possível conciliar ecologia e economia.
É possível sim, desde que haja diálogo, bom senso.
Entre a ecologia e a economia, temos que ficar é com os dois!

domingo, 11 de maio de 2008

Porto instantâneo

A jornalista Fabiane Madeira, de Salvador, escreveu um artigo sobre o Porto Sul, postado no site O Eco no último dia 6 do corrente mês.
Confira no link:
Porto instantâneo - Por Fabiane Madeira

sábado, 10 de maio de 2008

A visita de Luis Inácio




O Presidente conversou muito com a Ministra Dilma Roussef.



Geddel reclamava, Dilma cochilava e Pellegrino tentava escutar. (sic)













O Presidente bronqueou com a dificuldade que está tendo para implantar o PAC, causada pela disputa já iniciada para as próximas eleições. Ameaçou não se meter.
Reclamou para valer!