A atuação de diversos blogs, que, pretensamente, noticiam sobre Ilhéus, especialmente engajados na campanha política do candidato do PT , constituem um aspecto da campanha eleitoral 2008 que demanda análise, esclarecimento e severa crítica.
A política é um campo fascinante da atividade humana, praticado por todos através de diversos tipos de manifestações e organizações. Pode mesmo ser comparada em alguns aspectos a um "ringue", pois é um lugar de constante disputa. A disputa é constituinte da prática política. E é a política, este campo conflituoso, o definidor das transformações na sociedade. Tendo em vista que se outros aspectos, como o econômico, condicionam os diversos processos históricos vivenciados pela humanidade, é, porém, na política, talvez o único espaço, onde a população, sobretudo, sua parcela mais empobrecida e/ou excluída, pode disputar pela conquista e garantias de direitos.
Quando grupos se organizam politicamente, e os partidos políticos são talvez a expressão mais orgânica da prática política, objetivando a conquista ou manutenção do poder sobre o Estado em seus diversos níveis, o fazem na defesa de propostas e concepções largamente conflitantes.
Evidentemente a ação política implica no uso da força para a consecução de seus objetivos, força no sentido de firmeza na elaboração de propostas e defesa de estratégias para alcançar o poder.
Mas o que fazem estes blogs, não é uso de força, mas promoção de violência. Utilizam-se de vários mecanismos: divulgam falsas denúncias, dados mentirosos, registram números e valores inventados, com o objetivo claro de tentar intimidar com o uso dos números. Os números no Brasil são muito utilizados para atribuir idéia de verdade embora, como fazem os blogs sejam várias vezes apenas estratégias para divulgar mentiras e suspeitas infundadas.
Não param por aí, tentam atingir o nome, a honra, a imagem... No que se refere à imagem, podemos exemplificar com as graves tentativas de afronta pessoal ao prefeito Newton Lima, utilizando imagens descontextualizadas e de forma repetida. As mesmas táticas utilizadas em relação a diversos grupos que na história foram atingidos e ainda sofrem com a discriminação, como judeus e negros.
Não raro buscam agredir o corpo das pessoas, que identificam como adversárias, com agressivas falas repletas de estereótipos e preconceitos, desrespeitam pessoas, culturas, diversidade de expressão e opinião.
A análise mais superficial que seja feita permite que identifiquemos os males que buscam infligir, e percebemos como talvez o mais trágico e danoso é o de intentar afastar da política as pessoas, buscando reforçar generalizações através do horroroso "espetáculo" que criam, valendo-se de clichês já desgastados do tipo "política não presta", políticos não prestam".
Coloco para reflexão de todos uma questão: a quem mesmo interessa que pensemos que política e políticos não prestam? Que todo político é igual?
São tentativas infames de demover as pessoas de alguns espaços de exercício da política de impedi-las de exercer de forma conscienciosa o fundamental direito de amadurecer suas práticas políticas e escolher os que vão lhe representar no exercício do poder nas instâncias do Estado.
Tentam colocar os que os lêem, em diversos momentos, diante de um exemplar mal acabado de "circo de horrores e cinismos", no qual pessoas e grupos, perfeitamente identificáveis, espalham mentiras ao vento. Aparentemente não se pode discutir com quem se esconde atrás de um anonimato cínico. Porém, ainda que fossem anônimos as más intenções e os torpes mecanismos empregados tornam transparente qualquer tentativa de ocultar suas intenções.
Se esquecem porém que não conseguirão afastar as pessoas da política porque elas sabem da sua necessidade., A política não se define com falsos moralismos, mas com estratégias e concepções.
Não a praticamos para vencê-los. Fazemos política sim, para defender propostas, a sociedade, nossas vidas, nossa terra e nossos valores.
Magno Lavigne.
Presidente PSB Ilhéus
Um comentário:
Magno:
Suas colocações estão perfeitas.
PARABÉNS.
Carlos Mascarenhas
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