Prometi a mim mesmo não tratar de assunto sério no Facebook,
pois poucos dão importância. Porém, como vivemos quebrando juras, volto a um assunto
que considero importante, face à situação que nosso município vive, diga-se de
passagem, há um bom tempo. Atualmente
vemos uma quebra-de-braço entre o governo, servidores e a sociedade civil,
representada por uma corajosa parcela de uma nova geração que se forma.
Enquanto isso, todos sofremos, principalmente os mais
pobres, os mais distantes, os mais desassistidos que moram no interior do
município.
Há aproximadamente um ano, visitando algumas escolas do
distrito sede, encontrei uma situação que me tocou, na Sala Isolada do
Assentamento Nova Vitória, que fica a 16 quilômetros da cidade. Uma pequena
casa adaptada para escola, com uma pretensa cantina, um pretenso sanitário e
uma pequena sala com lousa, estante, quatro mesas e algumas cadeiras. Ah!
Cobertura de telhas de amianto.
Era uma sala multisserial, ou seja, a brilhante professora
conseguia, simultaneamente, dar aula aos alunos da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries.
O que mais me comoveu na visita à escola foi a alegria
contagiante dos alunos, buscando o saber e a melhoria da qualidade de vida no
futuro. Percebi que, para mudarmos a situação que vivemos em Ilhéus, é
necessário uma ampla discussão entre todos os atores (governo e sociedade) para
tentarmos com seriedade mudar o que está posto.
Nada sei sobre educação, porém, sempre critiquei o modelo
que temos: não conseguimos atingir a
população em idade escolar, principalmente aquela mais distante, fronteiriça, o
que proporciona a perda de identidade com Ilhéus, o sentimento de
pertencimento. Essa situação existe e é real, além de perigosa quando se trata
da manutenção da integridade territorial do município.
Logo após ter registrado essas fotos, tive a oportunidade de
ter um bate-papo com alunos de uma boa escola particular da cidade e tentei
mostrar para eles essa realidade, essa dicotomia que existe na formação do
nosso povo. Acredito que consegui fazer com que ele percebessem o bem que
estavam recebendo dos pais e dos mestres.
Precisamos brigar por justiça, por igualdade de
oportunidades e creio que isso começa na qualidade da educação pública.
Se ficarmos o tempo todo buscando culpados, chegaremos ao
nada. Se buscarmos soluções para construção de um pacto de governança,
venceremos e a cidade e seu povo verão a diferença.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou a
estimativa populacional de 2013. Crescemos pouco. Era previsto. Perdemos
território e, pelo andar da carruagem, vamos perder mais.
Reúne Ilhéus... Acorda Ilhéus... Levanta Ilhéus... Sorria
Ilhéus... Governa Ilhéus...
Seja qual for a alcunha, a que acho melhor seria: UNE
ILHÉUS!
Um comentário:
Parabéns Nazal. Tem uma frase numa música que diz assim: "Tudo isso acontecendo e eu aqui na praça dando milho aos pombos".
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