Ilhéus, 28 de março de
2015.
Senhor Governador,
No dia 5 de
outubro de 2012, o Dr. Jorge Solla, então secretário estadual de Saúde, em seu
discurso na inauguração das novas instalações do SAMU em Ilhéus, manifestou a
intenção do estado em construir um novo hospital regional, com o objetivo de
atender à demanda futura, bem como servir de apoio aos cursos da área de saúde
da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).
Saindo das
palavras para uma ação concreta, ainda no mês de outubro daquele ano, o
referido secretário encaminhou à época ofício ao prefeito Newton Lima,
definindo as características técnicas do projeto e solicitando apoio na escolha
da área, que deveria ficar em local próximo da UESC, à margem da BR-415. Na
ocasião, foi designado um preposto da SESAB para acompanhar a escolha da área.
A proposta
inicial apontava a necessidade de um terreno com 50 mil metros. Questionamos o
tamanho, pedindo que a área fosse ampliada, com vistas a um crescimento futuro,
dando como exemplo a ampliação do Hospital Luís Vianna, inaugurado em 1970.
Tome-se, por exemplo, que ampliação que está sendo feita ocupa totalmente a
área de estacionamento, trazendo transtornos para os que procuram o hospital,
impactando toda a vizinhança.
A proposta
inicial foi a ocupação da área onde está implantado o Porto Seco, sem uso há um
bom tempo, que tem 102 mil metros quadrados. No entanto, não tendo sido
possível, em tempo hábil, o acerto entre o Município, a Petrobrás e a UESC (que
usa a antiga base em Ilhéus), essa fase foi encerrada em dezembro de 2012.
O atual
governo municipal descartou a hipótese de uso do Porto Seco, propondo anexar
uma área desapropriada junto ao imóvel da UESC, no Banco da Vitória. Mais uma
vez foi inviabilizada a área em razão das condições do terreno, muito alagado,
além do seu tamanho, que ficaria com pouco mais de 50 mil metros quadrados.
A proposta
voltou-se para uma das alternativas locacionais estudadas em 2012, sendo
escolhida a atual área, com aproximadamente 72 mil metros quadrados, entre os
condomínios do programa Minha Casa Minha Vida, um já implantado e outro em
implantação.
Considerando
o exposto acima, venho solicitar de Vossa Excelência que autorize estudos
visando ampliar a atual área, não somente para que num futuro próximo possa
atender às demandas que têm crescido muito rapidamente, como também para
preservar os ativos ambientais que se encontram entre a poligonal proposta e a
BR-415, onde há uma área de drenagem e com vegetação que pode ser preservada, inclusive
embelezando um empreendimento que será muito útil à população, conforme figura
que apresento.
Um
equipamento desse porte servirá como um imã para o desenvolvimento ao seu
redor, ajudado pela implantação de moradias populares. Para que o senhor possa
crer no que afirmo, vê-se que, vizinha à entrada do futuro hospital, já se
encontra uma igreja recém construída, antes mesmo da consolidação da obra.
Acredito,
portanto, que o custo de desapropriação da área e uma futura intervenção
melhorando as condições ambientais sejam muito pequenos em relação ao benefício
que trará no futuro.
Agradeço a
atenção dispensada e renovo meus votos para que nosso estado e nossa região
possam encontrar o caminho do desenvolvimento sustentável, calçado no
planejamento sério e pelo bem do povo.
Atenciosamente,
Um comentário:
Excelente proposição! Isso chama-se participação popular efetiva! Reclamamos muito do poder público e de fato é de nosso dever e direito, ainda mais num país onde o mesmo costuma ser omisso e pouco produtivo. Porém, pouco ou quase nunca a maioria de nós fazemos nossa parte, com boas intervenções. Quantos de nós vamos as sessões abertas nas casas do legislativo ou acompanhamos o destino das verbas públicas que chegam ao nosso município e por fim, propomos algo lúcido e concreto, como nosso nobre Nazal o-faz! Saudações, amigo! Na minha graduação, parte significante dos seus trabalhos me foram úteis, assim como sei que costumam ser aos civis e poder público de Ilhéus! Abraços!
(Rodrigo Gesteira -
* cidadão;
*Licenciado em Geografia - UESC;
*Professor do Ensino Básico - Rede Pública e Privada)
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