Fazem duas horas e trinta minutos que recebi a notícia, através de Henrique Almeida, de que você partiu para o Pai.
Meu coração doído, impediu a cabeça de conseguir escrever alguma coisa naquele momento. Me recordei de dias felizes, de uma amizade forte, da sua alegria contagiante, do seu sorriso largo, de sua cara gorda, de sua careca lustrosa, das gostosas baforadas do cigarro que apressou sua partida.
Para mim (respeitando as opiniões de todos) você era o filho que mas parecia com 'Tiate'. Não fisicamente, mas sim, no modo de ser, de brincar, de sorrir, de viver a vida, de tratar os amigos. Que me perdoem todos os Vieira de Carvalho, porém, essa é minha opinião.
"Mordi uma", para conseguir escrever. "Mordi" dizendo uma trova que foi repetida milhares de vezes por Alciato: 'Vai branquinha / visite a escuridão / molhe tudo lá por dentro / e dê lembranças ao coração'. (desceu inteira!).
No Natal passado, liguei para você, desejando Boas Festas e rogando ao Senhor que lhe concedesse saúde. Foi a última vez conversamos.
Fica aqui, nas minhas palavras bestas, uma homenagem a você, querido amigo, que não abraçarei mais, que não verei mais seu sorriso largo, sua alegria, sua irreverência, sua maravilhosa irresponsabilidade séria. Fico aqui, com uma saudade da porra! Estivemos longe nos últimos anos, mas a distância não matou a amizade sincera.
Creio que, jamais nascerá homem, de barriga de mulher (pra não dizer do lugar verdadeiro) da estirpe de seu pai, da sua estirpe. Pode nascer de robô! Não de mulher.
Quisera lembrar de uma trova que seu pai te ensinou, para poder transcrever seus versos inteirinhos:
"Quando penso e considero
que Garoupa é mãe de Mero,
meus olhos rasam d'água
não choro porque não quero..."
Vai com Deus querido amigo! Fico aqui com saudade. Até um dia!
Nazalino (como você me chamava)
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