domingo, 8 de novembro de 2009

Feridas sem cura.

Hoje pela manhã fiz um sobrevôo na zona sul e na cidade. Fiquei triste de ver as feridas abertas, consequência de uma exploração desordenada, sem planejamento e algumas desautorizadas, ou seja, ilegais.
Carecemos de pensar no futuro. Não me considero ecochato, porém, ando preocupado pela ação gananciosa dos homens de apenas realizar, sem pensar nas consequências. Me preocupo porque talvez eu não veja a plenitude da escassez dos nossos recursos minerais. Me preocupo pelos meus netos. Um que já tenho e outro que está para chegar. Me preocupo pelas gerações futuras.
Deus nos concedeu uma natureza maravilhosa, uma terra pródiga desses recursos. Temos água em abundância. Temos pedra em abundância. Temos areia em abundância. Do jeito desordenado que vamos explorando esses recursos, qual acabará primeiro?
Há de se pensar, os governos (as três esferas) e o nosso povo, numa maneira de usar nossos recursos minerais com responsabilidade, planejamento e seriedade. Nossa água, dividimos com Itabuna. Nossa areia serve a muitos municípios vizinhos e irmãos. Nossa pedra ajudou a construir muitas edificações e sobretudo o nosso porto, fonte de riqueza de muitas décadas.
Confira nas fotos abaixo as feridas abertas em nossas terras. São como chagas incuráveis de um ambiente do qual somos integrantes. Se nosso planeta está doente, nós também estamos.
Ainda há tempo. Senão de curar essas feridas, haverá de maltratarmos menos a nós mesmos e aos nossos que virão.
Aumentou em mim a consciência de que também sou responsável. Principalmente quando permaneço omisso e calado.

Cavas de exploração de areia.
















Terra 'emprestada' para construção de nossas estradas.



Cava da antiga pedreira na Rodovia Ilhéus/Buerarema.
Sedimentos que chegam pelo Rio Almada e vão para as praias.
Cava da Pedreira localizada na Esperança.


'Campo de Futebol' no meio do mangue, no Teotônio Vilela.
Supressão de vegetação e queimada (hoje, 12h)


Uma 'ilha flutuante' de lixo no Rio Cachoeira.

8 comentários:

Anônimo disse...

Zé,

Fiquei mais uma vez emocionada com a sua sensibilidade, o seu comprometimento e respeito à mãe natureza, principalmente quando vê ferida a nossa querida Ilhéus,ainda que para os "cegos e surdos", não te ouçam ou enxerguem através da sua voz grita nos meus ouvidos nestas imagens.
Obrigada Zé, pelo seu trabalho, pelas oportunidades que não perde, quando mesmo contratado como profissional de fotografia, nos fazer enxergar através da sua lente, comandada pelo homem que é.
Precisamos cada vez mais que cidadãos como você despertem e possamos juntos formar um grande e imbatível exército.
Deus te ilumine sempre!

Maria do Socorro Mendonça

P.S.Não resisti em ver apenas aqui no seu blog, fiquei com inveja que também estava no R2CPress e copiei correndo também lá no site do Ação Ilhéus. rsrsrsrs...Quanto mais divulgarmos estes crimes, maior a probabilidade de que todos vejam.

Matheus Braz disse...

Parabéns pelas fotos!!!

Pena que elas estão denunciando um fato muito comum em Ilhéus e no Brasil.

Já enviou para a prefeitura??? Eles tem que saber que o povo está de olho(no que eles não estão)...

Catucadas disse...

Caro Matheus,

As fotos já foram para a PMI, irão ainda hoje para o Condema, para que o Conselho encaminhe ao IBAMA, MPF e MPE.
Nazal

Anônimo disse...

Não aguento mais esse assunto. Temos que defender o desenvolvimento, custe o que custar. Sou a favou de muito cimento com concreto armado, Ilhéus precisa crescer a qualquer preço, nossos filhos e netos têm que encontrar uma cidade próspera, senão estarão fritos. Se for por uma causa desenvolvimentista, até mesmo a lagoa encantada tem que ser aterrada, vamos esmagar a ecologia e os ecologistas em nome do desenvolvimento, quem não pensa assim está jogando para a torcida.
Barriga Bruta.

Anônimo disse...

E ainda existem aqueles ( neo-ecologistas) que dizem que a Bamin vem destruir nossa mata com a implantação do Porto Sul.Degradação é isso que o Catucads mostrou,só que ninguém faz nada.

Gerson Marques disse...

Parabéns pelo belo trabalho. Mais uma vez você mostrou que a cidadania faz a diferença, sou dos que acreditam que uma imagem vale por mil palavras, as suas fotos são uma denuncia contundente contra as irresponsabilidades de nossas autoridades, em particular dos órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental.
Acredito também que as ONGs ambientalistas da cidade deveriam estar mais atentas e atuantes em situações como estas, veja que são áreas da periferia de nossa cidade, locais de fáceis acessos em sua maioria, como chegou a este ponte sem que ninguém tenha denunciado antes, vejo ONGs em Ilhéus com possantes carros off-rood, inclusive com a logomarca do governo federal, por que será que não estavam atentas a agressões tão graves?
Não basta denunciar, algo tem que ser feito, sugiro uma ação junto ao Ministério Publico Federal, uma denuncia formal responsabilizando as empresas que continuam retirando areia das dunas que por sinal ainda detém uma belíssima cobertura florestal, aparentemente mais rica e mais preservada que a região da praia do norte.
Conte comigo em qualquer ação que você levantar faça valer a sua força e a liderança que você tem nesta cidade.
Aos bobinhos que atacam sua atitude tentando contrapor progresso com meio ambiente, sugiro um pouco mais de leitura, só é possível progredir com respeito ao meio ambiente, esta idéia que para progredir tem que desmatar é coisa de gente atrasada que não sabe o significado do conceito de sustentabilidade, nem respeita a vida.

Gerson Marques

Anônimo disse...

Quero hipotecar minha solidariedade ao comentário, lúcido e equilidrado do barriga bruta, parabéns pelo bom censo e pela coragem de dizer a verdade.
Peixe

Anônimo disse...

que beleza, ainda não tinha visto esses comentários, se barriga bruta for quem eu estou pensando, ele está corretíssimo.
Ravengar