É imperativo que seja dado conhecimento aos seus habitantes e o devido espaço para que sejam ouvidos, não somente durante as audiências públicas exigidas pela legislação, mas com ampla divulgação e explicação do projeto, analisando-se todos os prós e os contras.
É conveniente lembrar que a população residente na zona rural urbana, sobretudo as ribeirinhas, é formada por pessoas com baixo nível de instrução, e, em razão disso, devem ser rigorosamente respeitadas.
Conferindo um trecho abaixo citado, retirado da obra de Gandavo, há de se ter uma idéia de todo prejuízo que o 'homem' causou ao longo dos 500 anos de civilização da nossa terra.
Eu procuro pensar mais em meu neto do que em mim ou mesmo meus filhos.
Confiram as imagens de algumas localidade no entorno do projeto:
Loteamento no Barreiro, em terras que pertenceram ao Coronel Senô Lavigne, na margem oeste do rio Almada.
Distrito de Aritaguá. Um dos distritos mais antigos de Ilhéus, é sede de muitos povoados. Nele estão duas das igrejas mais antigas do município: São João e São Tiago.
Povoado de Areias, à margem da Lagoa Encantada, com seus moradores nativos, que aos poucos vem perdendo sua identidade, esquecendo suas lendas e tradições. Sou testemunha do seu nascimento, em 1979, quando os pescadores fugindo da última grande enchente, abandonaram o antigo povoado de Laranjeira (à margem do rio Almda) e se instalaram nas terras de Osmar Sá. Areias.
Areias.
A bela Lagoa, conhecida nos tempos primórdios como Lagoa do Itaípe.
Outrora acessível a barcos maiores, antes do assoreamento do Almada, foi citada na obra de Pero de Magalhães Gandavo, Tratado da Terra do Brasil - História da Provincia de Santa Cruz:
Areias.
A bela Lagoa, conhecida nos tempos primórdios como Lagoa do Itaípe.
Outrora acessível a barcos maiores, antes do assoreamento do Almada, foi citada na obra de Pero de Magalhães Gandavo, Tratado da Terra do Brasil - História da Provincia de Santa Cruz:
"Sete legoas da mesma povoação pela terra dentro está huma lagoa doce que tem tres legoas de comprido e tres de largo e tem dez, quinze braças de fundo e dahi pera cima. Sae della hum Rio pequeno pelo qual vão lá ter barcos. Tem esta lagoa hum local neste Rio tão estreito, que apenas cabe um barco por elle, e depois que anda dentro quase não se sabe determinar por onde entrou. Tem tanta abundância dagoa que podem andar nella quaesquer naos, por grande que sejão, á vela; e assi quan venta muito, alevantão-se alli ondas tão furiosas como se fossem no meio do mar com tormenta. Tem muita infinidade de peixes grandes e pequenos. Crião-se nella muitos Peixe-bois, os quaes têm focinho como de boi e dous cotos com que nadão á maneira de braços; não tem benhuma escama nem outra feição de peixe que não o rabo. Matão-nos com arpões, são tão gordos e tamanhos que alguns pesam trinta, quarenta arrobas. He um peixe muito saboroso e totalmente parece carne e assim tem o gosto della; assado parce lombo de porco ou de veado, coze-se com couves, e guiza-se como carne, nem pessoa alguma o como que o tenha por peixe, salvo se o conhecer primeiro. As fêmeas tem duas mamas pelas quaes mamão os fihos, crião-se com leite (cousa que não se acha noutro peixe algum): também ha destes em algumas bahias e rios desta Costa e posto que se criem no mar costumão beber agoa doce, por isso acodem muitos a esta lagoa ou a parte algum ribeiro se meta no mar. Também ha muitos tubarões nesta lagoa, e lagartos e muitas cobras. Ha muitas terras e mui viçosas arredor della, e muita caça; e neste rio que sae da lagoa muita fertilidade de peixe. Finalmente que huma das abastadas terras de mantimentos que ha no Brasil he esta Capitania dos Ilheos."
Ponta da Tulha.
Povoado mais próximo da área portuária, como muitas casas de veraneio, porém, com muitos moradores nativos. Ponta da Tulha.
Ponta da Tulha.
Jangada e canoa de pescadores Ponta da Tulha.
Barra do Mamoan.
Povoado de Sambaituba, que fica no Distrito de Aritaguá, às margens do rio Almada. É o povoado com maior densidade demográfica da área. Sambaituba.
Sambaituba.
Urucutuca.
Vila Olímpio.
Povoado do Banco do Pedro, que faz parte do Distrito do Rio do Braço, onde ainda permanece em uso (agora rodoviário) a antiga ponte da Estrada de Ferro de Ilhéus. Rio do Braço, que hoje está decadente, porém, poderá estar na rota da ferrovia Oeste-Leste.
São José.
Banco da Vitória.
Loteamentos implantados ao longo da Praia do Norte, Mar e Sol, Jóia do Atlântico, Barramares, Verdes Mares, Paraído do Atlântico, Bom Jesus, Praia de Ilhéus e Mansões Luzimares.
Ponta da Tulha.
Jangada e canoa de pescadores Ponta da Tulha.
Barra do Mamoan.
Povoado de Sambaituba, que fica no Distrito de Aritaguá, às margens do rio Almada. É o povoado com maior densidade demográfica da área. Sambaituba.
Sambaituba.
Urucutuca.
Vila Olímpio.
Povoado do Banco do Pedro, que faz parte do Distrito do Rio do Braço, onde ainda permanece em uso (agora rodoviário) a antiga ponte da Estrada de Ferro de Ilhéus. Rio do Braço, que hoje está decadente, porém, poderá estar na rota da ferrovia Oeste-Leste.
São José.
Banco da Vitória.
Loteamentos implantados ao longo da Praia do Norte, Mar e Sol, Jóia do Atlântico, Barramares, Verdes Mares, Paraído do Atlântico, Bom Jesus, Praia de Ilhéus e Mansões Luzimares.
Obs.: Quem desejar utilizar imagens, esteja à vontade, porém, não esqueça de respeitar o direito autoral e faça a devida indicação.
Um comentário:
Muito boas as fotos e muito boa a análise do problema. Os políticos de Salvador ou não conhecem a realidade desta região, ou estão deliberadamente interessados em levar algum tipo de vantagem com a instalação deste porto nesta região de praias tão lindas! Sabemos que a indústria do turismo é a maior depois da indústria do petróleo, e o que fazem os políticos? Irão destruir uma fonte de recursos naturais tão bonita para favorecer os grupos estrangeiros e alguns empresários nacionais que precisam exportar o minério e a soja. O projeto de instalação foi muito mal feito e deveria ser revisto pois é inadimissível causar a poluição de uma região que possue um potencial turístico tão grande em detrimento de uma dúzia de empresários, que sem dúvida estão oferecendo algumas "vantagens indevidas" para estes políticos! Eles estão cometendo um crime contra a natureza e contra o patrimônio cultural do povo bahiano! Este projeto precisa ser revisto e este porto precisa ser construído em outro lugar que não estrague as belezas do nosso litoral que tanto encantam os turistas estrangeiros e trazem recursos para o sofrido povo baiano. Se o porto pode ser construído em outro lugar porque os políticos ficam insistindo em construi-lo em um litoral com tanta potencialidade turística? "Existe algo de podre no reino da Dinamarca!"
Postar um comentário